BBB 23: Tina avalia participação; leia entrevista com a eliminada 2q506d
Eliminada do Big Brother Brasil 2023 (BBB 23), Tina avalia participação no reality
Desde que decidiu participar do Big Brother Brasil 2023, a trajetória de Tina foi marcada pela coragem. Angolana, a modelo entrou no reality brasileiro disposta a mostrar sua cultura e suas origens. Escolheu o jogo antes das amizades, que chegaram como consequência. E não teve medo de expor seus sentimentos de forma clara e objetiva.
Tina viveu embates, cultivou alianças, ensinou danças, brincou e jogou charme, saiu de sua zona de conforto e considera ter dado o seu melhor no BBB 23. Eliminada na terceira semana do programa, com 54,12% dos votos, ela avalia que o saldo foi positivo.
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Na entrevista a seguir, Tina ainda reflete sobre as surpresas que teve com relação a alguns participantes depois de deixar o programa, fala sobre as brincadeiras de flerte com Ricardo e Cezar, explica a estratégia e os erros que considera ter cometido na competição e comenta a importância da troca com Tadeu Schmidt em seu dialeto originário, na saída do BBB, na terça-feira, 7.
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- Como você avalia sua agem pelo BBB 23?
Com certeza foi positiva. O mais difícil foi lidar com pessoas diferentes, cada um com sua personalidade. A questão de estar fora da minha zona de conforto e ter que, de alguma forma, me defender, me posicionar, custou-me muita energia. Teve ainda a questão de eu não ter como prioridade afinidade ou fazer amizades dentro do jogo, mas isso acontecer de forma natural, sob pressão, porque a gente precisa do e e do apoio do outro. Mas tudo isso faz parte de um todo, e o fato de eu ter confirmado que sou uma pessoa imperfeita me tranquiliza. A gente fica meio robotizada achando que tem que dar conta de tudo, mas por mais que você imagine ou leve estratégias, não a perto do que é na casa. É outra coisa, é uma experiência muito fantástica.
- O público escolheu você e MC Guimê para entrarem como dupla. Acha que foi uma dupla que funcionou? Ele impactou no seu jogo de alguma forma?
Com certeza funcionou e acho que ele impactou positivamente. Foi a primeira pessoa que começou a falar de jogo, horas depois de uma roda de apresentação. Falei: “Qual é, Guimê? Senta aí. Tu veio para quê">LEIA MAIS BBB 23: Perucas de Tina podem valer quase R$ 100 mil; veja preços
- Quem você pretende ter como amigo fora do confinamento?
Fiquei um pouco surpresa com a questão do perfil do Cara de Sapato ter puxado torcida contra mim depois que tivemos alguns desentendimentos, porque ele era o meu Top 1! Acredito que também vou ter uma troca muito grande aqui fora com a Larissa e Bruna Griphão. Aline Wirley também é uma coisa fantástica! Mas fiquei surpresa com algumas atitudes do Fred Nicácio. Ele é muito jogador e eu não esperava porque, lá dentro, vi que ele realmente escutava o que eu falava. Eu sei que eu não era prioridade dele, mas éramos bons aliados; ele desejou coisas muito boas para mim, caso eu saísse. Acredito que o Guimê vai ser um ótimo amigo aqui fora e o Alface também. Acho que vou ter uma troca muito bacana e sincera com a galera do meu quarto, de maneira geral; a gente pode criar grandes laços aqui fora. E até com pessoas do outro quarto porque, acabando o programa, a gente pode se resolver, é um outro cenário de possibilidades.
- O que você teria feito de diferente, se tivesse a chance?
Eu acho que fiz uma boa trajetória. Me expus e levei placas muito repetitivas, como “fraca” e “grossa”. É muito fácil pegar um defeito seu e ficar batendo naquilo. Mas, eu acho que consegui me posicionar quanto a isso. Foi um assunto muito levantado, com o qual já lido no meu dia a dia. Quando as pessoas têm a oportunidade de me conhecer, conseguem enxergar muito mais. Antes, são conclusões precipitadas. Eu acho que entreguei, fiz o que estava ao meu alcance, mas talvez tivesse jogado um pouco mais, daria umas duas respiradas antes de um embate. O problema é que eu não consigo mascarar meus sentimentos, mas para o jogo talvez fosse necessário. Por isso acho que meu jogo foi do jeito que tinha que ser.
- Quem fica com a sua torcida pelo primeiro lugar?
MC Guimê e Ricardo forever!
- O que o BBB 2023 te ensinou?
Que as oportunidades são mágicas! Eu me sinto muito privilegiada por ter tido a oportunidade de entrar no BBB 23. Foi a realização não só de um sonho meu, como da minha família, que sempre me apoiou, dos meus amigos, da minha equipe. Todo mundo sonhou junto. Acho que consegui ser um diferencial no reality, mesmo ficando só três semanas. Trouxe coisas e pautas novas, a liberdade de as pessoas poderem sonhar e expressar o que estão sentindo no lugar de ficar guardando, porque isso acaba fazendo mal para nós mesmos... E se abre agora um leque de oportunidades. Eu estou muito feliz e extremamente grata, do fundo do coração. Começa uma nova vida para mim e isso provavelmente vai impactar de forma positiva as pessoas que estão caminhando comigo.
- E quais são seus planos, agora que está fora do programa?
Vamos trabalhar, trabalhar e trabalhar! Acho que agora também é uma oportunidade de as pessoas me conhecerem um pouco mais, além do jogo. Eu vi imagens minhas com a cara muito fechada, mas era porque eu estava muito focada no jogo. Acredito que eu possa ter uma troca um pouco mais leve com as pessoas, mostrar um outro lado que não tive chance de aflorar dentro do jogo. Realmente quero ter a oportunidade de trabalhar na área em que sou formada, Comunicação e Jornalismo, ensinar mais algumas palavras e dialetos para o Tadeu (risos), e ar esse meu calor angolano para os brasileiros. E não planejo voltar para a Angola porque aqui é a minha casa, o meu país, o meu Brasil. Amo e me sinto muito realizada aqui.
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- Falando em Tadeu Schmidt, você ficou bastante emocionada com as palavras que ele te disse no seu dialeto, ontem, 7. Que significado isso teve para você naquele momento?
Em época de colônias, a gente foi obrigado a não falar o nosso próprio idioma e a buscar outras formas de comunicação. E muito foi perdido, tanto em guerras civis quanto na época em que Portugal ou por alguns países africanos. Eu não tive o meu pai presente na minha criação e a minha mãe era uma pessoa que trabalhava muito, por isso eu ei muito tempo com a minha avó, enquanto ela era viva, e ela podia ar o dialeto para mim. Muita gente que é da minha geração não teve essa chance, várias pessoas não falam. Então, acho uma coisa muito bonita e delicada. Tive a chance de aprender e a chance de ensinar para as minhas filhas, de poder mostrar para as pessoas que, além do Português, a gente tem oito, nove idiomas dentro de Angola, o que é uma coisa muito rica de preservação e Cultura. Quando Tadeu falou e eu o cumprimentei também no meu dialeto foi uma forma de honrar a minha família. E eu estava à frente de uma identidade: Tadeu é minha referência do Jornalismo. Então, eu cumprimentei-o como identidade, me apresentei ao Brasil em um outro idioma, e é isso que eu quero ar. Me senti muito grata por, em pouco tempo, ele ter conseguido falar essas palavras. Mexeu muito comigo porque é um dialeto muito difícil, mas traz um sentimento muito grande quando alguém aprende e você consegue se conectar. Isso é mágico. Naquelas palavras, ele falou que eu era muito especial e me agradeceu. “Muito obrigada pela jornada, muito obrigada por ter te conhecido, muito obrigada por ter sido uma sister”. É uma palavra pequena, mas com significados muito profundos, por isso eu me emocionei. Nunca vou esquecer! (Comunicação Globo)
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