Corpo de Bombeiros do Ceará conta com 17 cães atuando em ações de busca e resgate

Corpo de Bombeiros do Ceará conta com 17 cães atuando em ações de busca e resgate

Mais que o treinamento, os bombeiros são responsáveis inteiramente pelos animais, criando uma ligação de companheirismo com cachorros

O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE), em ação com a Companhia de Busca com Cães (CBCães), celebrou no domingo, 27, o Dia Internacional do Cão de Busca e Resgate, data que comemoramos a atuação dos animais que ajudam a salvar muitas vidas em todo o País.

A equipe da CBCães conta atualmente com 18 bombeiros atuando com os animais, e 17 cães — 11 deles em atuação e seis filhotes em treinamento. Raças como: border collie, pastor alemão, pastor belga, pastor belga malinois, labrador e branco alemão são utilizados pela corporação, no Ceará.

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A CBCães é uma unidade do CBMCE que atua com os cães no processo de busca e resgate de vítimas em situações adversas, tanto no ambiente rural quanto urbano. A companhia também auxilia a Polícia Militar do Ceará (PMCE) e a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) em ações de maior complexidade.

Além da atuação em campo, os "binômios", como são chamados as duplas de bombeiro e cão, também contribuem no serviço de terapia assistida por animais, fazendo visitas em diversas unidades de saúde. Ainda no âmbito da saúde, a unidade também atende alunos de escolas e faculdades de veterinária e zootecnia.


De acordo com os Bombeiros, os animais são treinados pelos próprios bombeiros militares, de maneira semelhante a uma brincadeira. Os animais são condicionados a buscarem cheiros ou rastros, e quando conseguem, ganham uma recompensa com brincadeiras ou brinquedos.

A região da Praia da Sabiaguaba é utilizada para os treinamentos em Fortaleza.

Vínculo entre bombeiro e cachorros

Mais que o treinamento, os bombeiros são responsáveis inteiramente pelos animais, criando uma ligação de companheirismo com cachorros.

Charles Feitosa, subtenente do CBMCE há 30 anos, contou sobre a rotina de trabalho com seu companheiro de 12 anos, o pequeno Zeus.

“Quando estamos de serviço, priorizamos primeiro o cão. A questão de ver como ele está com a saúde, a hidratação e a alimentação. E após tudo isso começa a rotina, com os treinamentos. A gente busca colocar todo o material necessário para nosso cão, nosso parceiro, que eu não chamo de ferramenta, eu chamo de parceiro, que nos auxilia nas buscas. Meu sentimento pelo ‘Zeus’ é de amor", afirmou o subtenente.

Rafael Gomes, médico veterinário da CBCães, explicou sobre os cuidados necessários com os animais e ressaltou que, em casos de alteração nos exames veterinários, os cachorros ficam fora da rotina de trabalhos.

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“Esses cães têm uma vida, atuam trabalhando de oito a dez anos. Por eles serem expostos às diversas ocorrências e ambientes insalubres, há a necessidade de avaliação clínica constante. Além disso, há a questão da hidratação, a questão do controle nutricional desses animais, com dietas específicas para necessidades específicas”, explica o Rafael.

Missões de alta complexidade

Os animais atuam no reforço das buscas por vítimas feridas ou em óbito em diversos casos. Em 2019, a Companhia teve participação de destaque na maior operação com cães do Brasil, durante as ações após o rompimento da barragem em Brumadinho, em Minas Gerais.

Bombeiros de diversos estados contribuíram na operação. Os cearenses: tenente J. Maria e cão Uno, cabo Gomes e a cadela Anny, capitão Eliomar, sargento Charles e cão Sultão, sargento Argeu e cão Athos, e sargento Romenig contribuíram nas buscas da tragédia.

Em 2022, seis militares e três cães do CBCães foram enviados à Petrópolis, no Rio de Janeiro, para auxiliar nas buscas em meio as fortes chuvas e deslizamentos. Os cães Tupã, Nala e Anny auxiliaram as buscas na ocasião.

O capitão comandante do CBCães, Eliomar Alves, elogiou o trabalho dos animais em Petrópolis, tendo "60% das localizações das vítimas no total", sob responsabilidade dos pequenos de quatro patas.

Eliomar contou ainda sobre sua relação com a companheira Nala: “Ela é minha amiga e minha parceira de trabalho, minha companheira de vida. Foi um vínculo incrível que construímos ao longo desses anos”.

Em Fortaleza, a equipe da CBCães atuou no desabamento do Edifício Andrea, registrado em outubro de 2019, onde foram essenciais para a localização das vítimas.

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“Em Brumadinho, por ter um dos maiores resgates em número de vítimas, em uma área de extensão do desastre, foi a primeira atuação fora do Estado da nossa corporação. Então, foi um grande desafio para nossa equipe. Atuar aqui no Edifício Andréa também foi um grande desafio por ser dentro de nossa casa. Mas realizamos um trabalho técnico com o apoio de nossos cães, sendo muito gratificante para todos nós”, conclui o capitão Eliomar.

Filhotes iniciam treinamentos para integrar a CBCães

Em 2024, a corporação conheceu sua "nova geração" de resgate, quando a cadela Nala, que participou das buscas em Petrópolis, deu à luz a uma ninhada de labradores. Os filhotes estão sendo treinados por especialistas para integrar a companhia. Os animais são fruto da união de Nala com outro cão da equipe, o macho Max, ambos com desempenhos impressionantes nos resgates.

Max participou de operação no Rio Grande do Norte, nas buscas pelos foragidos da prisão de segurança máxima de Mossoró, além de outras ações no Estado do Ceará.


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