MPCE aponta esquema de lavagem de dinheiro entre agiotas, empresas de fachada e traficantes em Caucaia
Tráfico de drogas, comércio ilegal de armas e agiotagem eram pano de fundo para lavagem de dinheiro em empresas de fachada da facção Massa
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) denunciou três pessoas por associação criminosa, agiotagem, comércio ilegal de armas de fogo, lavagem de dinheiro e falsidade documental. O grupo teria ligação com a facção criminosa Massa, em Caucaia.
A Policia Civil do Ceará desarticulou um esquema que envolvia tráfico de drogas, comércio de armas e agiotagem. Além do uso de empresas de fachada para lavagem de dinheiro.
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Flaviano Silva Lopes, Francisca Luziara de Mesquita e Railton Alves da Silva foram alvo da denúncia por meio da 11ª Promotoria de Justiça de Caucaia.
Flaviano Silva Lopes e Francisca Luziara Silva foram presos em flagrante no dia 8 de maio por integrar organização criminosa armada. A prisão da dupla aconteceu em decorrência de uma investigação da inteligência da Delegacia Metropolitana de Caucaia.
Flaviano é apontado pelo MPCE por ostentar armas de fogo e o comércio ilegal de armamento, bens de valores de origem duvidosa e a divulgação de empréstimos a juros extorsivos. A Polícia Civil, responsável pela investigação, verificou vinculo com a facção criminosa que atua em Caucaia, que seria a Massa.
No momento da prisão de Luziara, ela conversava com um homem que portava arma na cintura e que trocou tiros com os policiais e fugiu. O homem seria o Xurumela, uma pessoa de confiança do chefe da facção massa com atuação nos bairros Jandaiguaba, Capuan, Jardim do Amor e Coité Pedreiras.
Por meio de extração de dados foram verificados vídeos, mensagens de texto e áudios que mostram a prática de agiotagem, porte e comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro.
Em meio as ações de comércio ilegal de arma de fogo também foi verificada uma logística de ocultação de valores e movimentação de dinheiro ilícito por meio de uma empresa de fachada chamada de "Águia Branca".
A empresa, que era de propriedade de Railton, simulava atividade de segurança privada e não possuía sede física, registro regular ou autorização legal. Também não existiam registros formais dos colaboradores e órios usados no serviço de segurança. Conforme a investigação, o objetivo do grupo encobrir a origem ilícita das atividades criminosas. Os pagamentos aconteciam por meio de pagamentos em espécies ao casal.
Flaviano e Francisca operavam uma empresa chamada MC Crédito e emprestavam dinheiro cobrando juros entre 30% a 40%. Valores que são superiores aos limites legais permitidos.
O crime contra a economia popular foi constatado e os valores eram movimentados por meio de chave PIX vinculada a conta bancária de Luziara.
Empresa de segurança funcionava como fachada para ações ilícitas
Conforme a denúncia do MPCE, Flaviano usava o nome do próprio irmão, com documentos falsos e uma carteira funcional de socorrista, com o intuito de induzir as forças de segurança ao erro.
No depoimento de Luziara, obtido pelo O POVO, ela relatou que atuava na empresa "Águia branca" com contabilidade das cobranças e operava com Flaviano, e que este, emprestava a 20% de uma pessoa chamada Breno e reava com juros de até 40%.
Já Railton afirmou em depoimento que prestava serviço autônomo na empresa Águia Branca, que não possui sede própria, mas que atuava com serviço de segurança de rua não armada aos comércios e residências em Fortaleza e alguns bairros de Caucaia.
Crime de agiotagem tem causado mortes de cobradores e de "clientes"
No dia 27 de maio uma mulher foi baleada por um agiota durante a cobrança de uma dívida. O caso foi registrado no bairro Vila Manuel Sátiro, em Fortaleza.
Uma outra mulher foi esfaqueada vítima de agiotas há seis meses em Fortaleza. O caso foi registrado no dia 1º de novembro no bairro Dom Lustosa, também na capital cearense. Suspeitos do crime foram presos e aram por audiência de custódia. Ambos tiveram as prisões mantidas.
Dois homens suspeitos de agiotagem foram mortos neste ano sendo um homem de 77 anos, no bairro Cajazeiras, em Fortaleza. Conforme moradores, a vítima atuava como agiota há anos.
No mês de janeiro outro homem suspeito de agiotagem foi morto no bairro João XXIII. Em todos os casos citados há investigação relacionando a prática do crime contra economia popular e as motivações.
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