Manifestação em Tabuleiro do Norte marca início de série de atos no CE contra a Reforma da Previdência 5s732
A luta contra a Previdência se somará ao movimento nacional contra os cortes na educação, promovido por lideranças estudantis na próxima quinta-feira, 30
Manifestação em Tabuleiro do Norte, cidade localizada no Vale do Jaguaribe, deu início, na manhã desta terça-feira, 28, a uma sequência de dez marchas no Ceará contra a Reforma da Previdência. Liderados pela Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal no Estado do Ceará (Fetamce), os atos são uma preparação para a greve geral dos trabalhadores, planejada para o próximo dia 14 de junho.
Enedina Soares, presidente da Fetamce, fala que a realização de atos de forma regional é uma forma de atingir e engajar mais pessoas na luta contra a reforma. Ela explica que a federação conta com formas de comunicação organizadas em todas as regiões do Estado, mas a participação política dos trabalhadores ainda é restrita. Assim, as manifestações descentralizadas buscam mobilizar.
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“As consequências dessas mudanças podem ser desastrosas para todas as classes. As lutas são de interesse de todos os conjuntos de trabalhadores, e nossa ideia é continuar esse processo de reação contra esse projeto”, detalhou Enedina.
Ela defende que os critérios usados nessa reforma para definir novas regras para a aposentadoria vão excluir uma grande massa de trabalhadores. “É uma reforma que não combate privilégios, mas tira da Constituição direitos da classe trabalhadora, responsáveis por várias conquistas sociais.”
O Governo Federal, entretanto, argumenta que a reforma é igual para todos e deve cortar privilégios. Uma das principais apostas de divulgação do Governo são as redes sociais. Em um tuíte, o Governo afirma que “quem recebe um salário mínimo vai contribuir menos do que hoje”.
As regras da Nova Previdência vão valer para políticos, servidores públicos, militares, trabalhadores do campo e da cidade. Todos vão contribuir. Essa é a verdade! Tem dúvidas? e https://t.co/arTUC8XyJr #PodePerguntar pic.twitter.com/km4GzTHhRM
— Governo do Brasil (@governodobrasil) May 21, 2019
Movimentos pela Educação
Dos 10 protestos previstos, seis acontecerão no mesmo dia em que foram convocados atos de defesa da Educação, a próxima quinta-feira, 30. A mobilização acontece após as manifestações do último dia 15, que aconteceram em todas as capitais do País e no Distrito Federal contra o contingenciamento de verba de universidades federais.
Enedina afirma que as manifestações contra a Reforma da Previdência e em relação à Educação têm um ponto de convergência significativo. Ela considera, por exemplo, que parte da reforma retira a aposentadoria especial dos professores. E afirma que as consequências do fechamento de entidades de ensino superior podem ser desastrosas.
“O o ao ensino superior por vias públicas dá mais oportunidades para que pessoas de todas as classes sociais consigam concluir uma graduação. Esses cortes propostos prejudicam principalmente os filhos dos mais pobres. É preciso manter o investimento e garantir bolsas aos estudantes”, argumenta.
Para Bruno Rocha, presidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Ceará (Adufc), o protagonismo que o movimento estudantil está tendo na articulação desses atos é fundamental para que a luta ganhe legitimidade. Ele diz que o ato desta quinta-feira foi uma iniciativa dos estudantes e contará com apoio dos docentes e dos servidores técnicos istrativos.
Bruno explica que vê este segundo momento como uma continuidade dada às manifestações nacionais do dia 15. “Essa é uma pauta muito importante, que afeta tanto a educação superior como a básica, e precisamos unir esforços para reverter essa decisão”. O presidente da entidade ainda destacou que os profissionais da Educação devem se somar à greve geral proposta pelas centrais sindicais.