Fortaleza precisa de mais 301 antenas para o 5G, aponta estudo
Estações em atividade, atualmente, são insuficientes na capital cearense e em mais nove capitais brasileiras
Com atualmente 1.139 antenas ativas, Fortaleza necessita de um aumento de 301 no número de estações rádio base (ERBs) para melhorar o alcance da última tecnologia de telefonia móvel do País, o 5G, em seu território. Os dados são de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas para a Economia Digital (IPE Digital).
A infraestrutura da qualidade da internet móvel na capital cearense está abaixo do mínimo recomendado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Conforme a UIT, o cálculo ideal seria de 1440 antenas, média de 26% a mais em relação às já existentes.
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O levantamento realizado pelo Instituto IPE abrangeu dez capitais brasileiras, de todas as regiões do País. Os municípios selecionados foram: São Paulo – SP, Rio de Janeiro – RJ, Belo Horizonte – MG, Porto Alegre – RS, Curitiba – PR, Brasília – DF, Goiânia – GO, Recife – PE, Fortaleza – CE e Belém – PA.
Veja a lista abaixo:
- São Paulo - ERBs 5G existentes: 7.214
Mínimo projetado (ITU): 9.082
Percentual de diferença: 26%
- Rio de Janeiro - ERBs 5G existentes: 4070
Mínimo projetado (ITU): 4049
Percentual de diferença: -1%
- Belo Horizonte - ERBs 5G existentes: 1499
Mínimo projetado (ITU): 1557
Percentual de diferença: 4%
- Porto Alegre - ERBs 5G existentes: 890
Mínimo projetado (ITU): 1221
Percentual de diferença: 37%
- Curitiba - ERBs 5G existentes: 1278
Mínimo projetado (ITU): 1911
Percentual de diferença: 50%
- Brasília - ERBs 5G existentes: 2515
Mínimo projetado (ITU): 3351
Percentual de diferença: 33%
- Goiânia - ERBs 5G existentes: 1009
Mínimo projetado (ITU): 1713
Percentual de diferença: 70%
- Recife - ERBs 5G existentes: 792
Mínimo projetado (ITU): 813
Percentual de diferença: 3%
- Fortaleza - ERBs 5G existentes: 1139
Mínimo projetado (ITU): 1440
Percentual de diferença: 26%
- Belém - ERBs 5G existentes: 685
Mínimo projetado (ITU): 837
Percentual de diferença: 22%
Entre as dez cidades, a capital do Ceará ocupa a 5ª posição no ranking de distribuição de antenas.
O cálculo para o ‘mínimo projetado’ é sugerido pela Associação Brasileira de Infraestrutura para Telecomunicações (Abrintel), que recomenda que a proporção correta de usuários por ERB no Brasil seja em média de 1.000 a 1.500 habitantes para manter níveis mínimos de qualidade.
No entanto, em relação ao cálculo de proporção, o material cita que em Fortaleza, há 2.115 habitantes por ERB, aproximadamente o dobro do recomendado, “indicando a necessidade de aumentar o número de ERBs para melhorar a qualidade do serviço."
Leilão do 5G
Há cerca de 3 anos e meio, foi realizado no Brasil o Leilão do 5G, no qual a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) vendeu lotes em quatro faixas de frequência: 700 MHz (megahertz); 2,3 GHz (gigahertz); 3,5 GHz; e 26 GHz.
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Os lances validados na ocasião, representaram uma movimentação de cerca de R$ 7,089 bilhões.
De acordo com a Anatel, os critérios para a comercialização dos lotes estabeleciam diversos compromissos de abrangência (obrigações de atendimento com serviços de telecomunicações) para as empresas vencedoras.
Veja a lista de compromissos impostos pela Anatel às empresas na qual ainda precisam ser outorgadas:
- Até 31/07/2025: ampliar a quantidade de antenas nas capitais dos estados e no Distrito Federal e atender os municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 10 mil habitantes)
- Até 31/07/2026: atender os municípios com população igual ou superior a 200 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes
- Até 31/07/2027: atender os municípios com população igual ou superior a 100 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes)
- Até 31/07/2028: atender 50% dos municípios com população igual ou superior a 30 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes)
- Até 31/07/2029: atender 100% dos municípios com população igual ou superior a 30 mil habitantes (no mínimo 1 antena para cada 15 mil habitantes)
Promessa da tecnologia 5G na chegada ao Brasil:
Segundo a Anatel, os avanços esperados para o 5G no momento de sua chegada ao Brasil eram:
- Maior velocidade;
- Redução do tempo entre o estímulo e a resposta da rede de telecomunicações;
- Aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área;
- Incremento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético; e
redução do consumo de energia, com consequente aumento da sustentabilidade.