BNB projeta R$ 9,9 bilhões de aplicações do FNE para o setor de comércio e serviços em 2025
Crédito é uma das principais demandas do segmento em Fortaleza, que também discutiu nesta segunda-feira, 19, projetos de urbanismo, segurança e a participação chinesa no mercado local
O segmento de comércio e serviços é o segundo com maior previsão de aplicação de recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), geridos pelo Banco do Nordeste (BNB), em 2025, com montante estimado em R$ 9,9 bilhões.
A projeção foi apresentada pelo presidente do banco, Paulo Câmara, em encontro realizado na sede da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza, nesta segunda-feira, 19.
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O volume apresentado é inferior apenas ao projetado para o da pecuária, que deve receber R$ 11,5 bilhões e supera o do setor de infraestrutura, que tem aplicações previstas de R$ 9,5 bilhões.
O presidente do BNB destacou que “o setor do comércio e dos serviços representa quase 90% do PIB nordestino. Então, o banco tem que estar muito próximo desses setores, até para ouvir tudo o que eles pensam, onde a gente pode avançar, onde a gente pode melhorar na relação”.
Ele acrescentou que “financiar o comércio tem um retorno muito importante para a economia, principalmente na geração de emprego e de renda”.
“Mesmo nesse momento em que o Brasil vive com uma taxa de juros muito alta, a gente consegue ter taxas de 8% a 9% ao ano. Isso é um diferencial importante”, enfatizou Câmara. “Principalmente, buscamos capilaridade, que é o que o banco quer atingir, inclusive no microempreendedor, através dos programas CrediAmigo e Agroamigo, dentro desse processo de fazer a economia girar na mão de muitos”, conclui o presidente do BNB.
Por sua vez, o presidente da CDL Fortaleza, Assis Cavalcante, pontuou que o crédito é uma das principais necessidades atuais dos lojistas da Capital. “Quando você vai montar o negócio, você já precisa de crédito. E esse crédito é muito importante. Por quê? É através dele que você cresce, que você empreende, que você se desenvolve”, ponderou.
“Se você quer montar um empreendimento, uma loja ou um serviço, seja lá o que for, pegue o dinheiro que você já ganhou e guarde. Você acredita no seu empreendimento? Pegue dinheiro no banco! O papel do banco é exatamente esse: fomentação”, defendeu.
Urbanismo e segurança
No encontro, o presidente da CDL Fortaleza, Assis Cavalcante, debateu outros temas que têm mobilizado os lojistas, principalmente do Centro da cidade, entre eles questões relacionadas ao urbanismo, à segurança pública, à problemática social das pessoas em situação de rua e a expansão
da concorrência de negócios de origem chinesa na Capital.
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“Nós estamos andando bem. O prefeito (Evandro Leitão) nos prometeu que, em junho ou julho, começaria a reforma na praça (do Ferreira). E, semana ada, nós conversamos e ele me falou que, de fato, já está em fase de orçamento e tudo mais. Mas que, em julho, vai começar. E conversamos também sobre o povo em situação de rua, que ele vai encontrar uma solução e tal. Essas pessoas precisam ter um local correto e a praça, realmente, não é um local de moradia”, afirmou.
“A gente percebe que, agora, o centro está precisando de um reparo na questão da iluminação porque a iluminação traz segurança. E nós tivemos problemas nessa área aí, há cerca de dois ou três meses, que já foram resolvidos. À noite estavam ocorrendo algumas situações de furto, principalmente de material elétrico, essas coisas. Mas houve uma reunião aqui com o secretário (de Segurança Pública) e não me chegou mais informação de que os furtos continuavam”, observou.
Concorrência chinesa
Por fim, Cavalcante sustentou que, no contexto de expansão de negócios de origem chinesa em Fortaleza e com a possibilidade de que ela aumente, por conta da guerra comercial entre os Estados Unidos e o país asiático, os comerciantes locais devem encarar o fenômeno como uma concorrência saudável e investir mais.
“Os chineses, a gente percebe que chegaram valendo. Você vem ao centro de Fortaleza e não vê uma loja fechada, principalmente na microrregião que compreende as duas praças (José de Alencar e Praça do Ferreira)”, exemplificou.
“Os chineses tomaram conta de algumas ruas comerciais. Isso é ruim ou é bom? Rapaz, se gerou emprego e gerou imposto, está bom. Eles são extremamente competitivos. Agora, cabe a gente se programar para essa disputa”, disse.
“É melhor uma loja que gera emprego e renda ou uma loja fechada? É uma concorrência saudável. Tem uma rua que a gente chama de ‘Rua dos R$ 20’. Então, a gente entende que o mercado tem que se adaptar a isso”, avaliou.
“Outro dia, teve a inauguração de uma loja grande de origem chinesa, teve até confusão na porta da loja, porque o pessoal queria realmente comprar e isso traz gente para o Centro — que é o que a gente precisa”, finalizou.
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