Edifício Andrea: terreno permanece abandonado quase três anos após tragédia i5z1y
Moradores e comerciantes da região apontam falta de segurança e descarte irregular de lixo. Construção de quartel do Corpo de Bombeiros aguarda contratação de empresa
O futuro do terreno onde estava o Edifício Andrea, em Fortaleza, ainda aguarda pelo desenrolar dos trâmites burocráticos. O projeto dos governos estadual e municipal é construir um quartel do Corpo de Bombeiros, mas, quase três anos após o desabamento que deixou nove mortos, o cenário é de abandono. Conforme a Superintendência de Obras Públicas (SOP), a licitação foi concluída e a contratação da empresa "está em processo".
Enquanto isso, os muros coloridos em homenagem às vítimas do desabamento estão desbotados, e o trecho em que estavam escritos os nomes das vítimas foi pintado de branco. Do lado de fora, calçadas danificadas ou mesmo ausentes. Do lado de dentro, mato alto e até algumas árvores, além de lixo. Assim está o terreno na esquina das ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioli, no bairro Dionísio Torres.
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A servidora pública Marlen Martins reside há 16 anos na travessa Hilnete, em frente a onde havia a entrada e saída de garagem do Edifício Andrea. Ela relata que o terreno baldio traz insegurança e descarte irregular de lixo. “Não tem calçada, ficou escuro. Eu mesma já fui assaltada aqui na porta de casa, porque fica deserto e sem iluminação. Está muito perigoso”, conta. “Tinha vida, agora é a presença da morte e do descaso total”, percebe.
Buscando evitar o acúmulo de resíduos, os vizinhos se reuniram para fazer uma espécie de jardim onde não há mais calçada. “Estamos plantando porque pelo menos segura a areia e impede que se coloque lixo. As pessoas estavam fazendo dali um lixão e isso traz rato, um monte de pombo, muriçoca, dengue… Aquela coisa horrorosa”, explica Marlen.
Para ela, a solução precisa acontecer de outras formas enquanto o prometido quartel de bombeiros não é construído. Os moradores reivindicam a pavimentação de calçadas, a limpeza do terreno e a melhora da iluminação nos arredores do terreno.
Daiana Moreira trabalha em um ateliê de costura na rua Tibúrcio Cavalcante e também percebe os impactos da falta de ações do poder público. “Com o condomínio, tinha um fluxo maior de pessoas. Agora acontecem muitos assaltos. Várias clientes e outros comerciantes já foram assaltados e a gente ou a contratar segurança”, afirma.
“Outra coisa é o lixo. Às vezes, quando a gente está chegando aqui, vê os bichos, rato, barata saindo dali”, , expõe a costureira. “Todo mundo que chega aqui faz a mesma pergunta: ‘o que é que foi feito do terreno">