Paço: servidores da saúde pedem por melhoria da carga horária e convocação de remanescentes em ato
Os trabalhadores da extinta Fundação de Apoio à Gestão Integrada em Saúde de Fortaleza (Fagifor) reclamam também de carga horária extensa durante manifestação no Paço Municipal nesta segunda-feira, 2
Aos brados pedindo recepção aos servidores e isonomia, os trabalhadores da extinta Fundação de Apoio à Gestão Integrada em Saúde de Fortaleza (Fagifor) protestaram no Paço Municipal, sede da Prefeitura da Capital, no Centro, nesta segunda-feira, 2, para cobrar melhorias na carga horária enfrentada.
No ato, trabalhadores levantaram cartazes pedindo criação de vagas e convocação dos servidores remanescentes da Fagifor.
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Estiveram presentes no ato: o Sindicato de Saúde do Ceará (Sindsaúde), o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço de Saúde de Fortaleza (Sintsaf), o Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Ceará (Senece) e o Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort).
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Em conversa ao O POVO, um dos profissionais da Fagifor (que não quis se identificar) destaca que as principais reivindicações são devido a falta de transparência na transmutação (mudança de regime).
"É um processo que aparentemente corre às escuras, não inclui os trabalhadores de saúde nessas decisões. Nós precisamos ser ouvintes também", defende. Em determinado momento do protesto, os manifestantes se deslocaram até a guarita para aumentar o coro e esperar a saída dos vereadores e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
"É só visitar qualquer hospital municipal, você vai ver que existe fragilidade"
Além disso, queixam-se do atraso do chamamento das vagas, de remunerações e do cadastro de reserva. Segundo o representante da Fagifor, todo hospital municipal conta com fragilidades, tais como superlotação, escassez de profissionais e o adoecimento dos servidores pela sobrecarga de trabalho. Para ele, o reflexo do aperfeiçoamento das demandas impactaria positivamente em um melhor atendimento à população.
À frente da manifestação, a equipe do O POVO foi informada sobre o não funcionamento das moto-ambulâncias devido à falta de condutores e equipe médica.
Vinícius Gama do Santos Silva, 29, auxiliar de farmácia, esteve atuando dentro da categoria desde que saiu da cidade natal João Pessoa. Mesmo tendo ado no concurso lamenta receber ajuda de familiares, porque recebe menos de um salário mínimo.
Uma das justificativas seria de não estabelecer contato com o paciente, algo que ele contrapõe, afirmando que entrega insumos, medicamentos e transita por todas as esferas do Hospital Distrital Gonzaga Mota, no bairro José Walter. Segundo o paraibano, não há princípios constitucionais, como publicidade e transparência, pela Prefeitura.
"A minha expectativa é que eles parem de estudar, porque eles estão estudando já há 73 dias", afirma depois de fazer uma jornada de trabalho de 12 horas, o que não impediu de comparecer ao ato para encontrar outra realidade.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a "demanda de equiparação da carga horária apresentada pelos servidores da Fundação de Apoio à Gestão Integrada em Saúde (Fagifor) está sendo analisada em conjunto com os órgãos competentes da istração municipal".
"A Secretaria esclarece que está aberta ao diálogo com todas as categorias que compõem a Rede Municipal de Saúde, reafirmando seu compromisso com a transparência e a valorização dos profissionais", completa em nota.
Entretanto, não responde sobre as moto ambulâncias.
Após a reunião, a comissão Fagifor confirma que ficou acertado da proposta ser conduzida ao Paço. O nível médio que ficou prejudicado, como técnico de enfermagem (mais de mil profissionais), auxiliar de farmácia, motorista e técnico de imobilização.
Segundo os servidores, é injusto a Prefeitura querer padronizar 240 horas, enquanto o trabalhador antigo conta com 180 horas.
A Fundação espera data da próxima reunião.