IA generativa ameaça economia dos meios de comunicação 2f4n3s
De acordo com consultora, o volume dos sistemas de busca tradicionais pode diminuir em 25% até 2026; entenda
Ao apresentar uma resposta escrita por inteligência artificial (IA) às buscas dos internautas, o sistema de busca do Google ameaça parte do modelo econômico da internet, especialmente o dos meios de comunicação, já bastante enfraquecidos.
Os links tradicionais para páginas da internet não desapareceram, mas com o AI Overviews, um programa apresentado na terça-feira, 14, são ofuscados pelo texto proposto pela IA generativa, cujo conteúdo provavelmente satisfaz apenas a curiosidade dos usuários.
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"Isto terá um impacto negativo nas marcas e nos sites que produzem conteúdo e dependem do tráfego dos motores de busca", disse Paul Roetzer, do Marketing AI Institute. "Mas não sabemos até que ponto podemos fazer algo a respeito, nem o que poderíamos fazer".
A consultora Gartner prevê que o volume gerado pelos sistemas de busca tradicionais diminuirá em 25% até 2026, com o surgimento de aplicativos de IA generativa.
Apesar desta revolução, o Google não pode dispensar a publicidade e adaptará sua oferta aos anunciantes. "Do contrário, terá cortado as pernas com a IA", afirma o consultor David Clinch, da Media Growth Partners.
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Hema Budaraju, da equipe de busca do Google, garante que durante os testes realizados no Overview, os sites e links envolvidos na resposta "se beneficiaram de um maior tráfego" do que na antiga fórmula de busca.
"A pergunta é: quem escolhe esses links?", questiona Clinch. "Como posso garantir que meus links, meu site e meu conteúdo estejam incluídos nesses resultados?", continua. "Imagino que será necessário pagar, que não será tão diferente do que existe até agora".
Com os Overviews, o Google reforçará sua posição como intermediário entre os internautas e os sites da web.
IA Generativa: A importância das fontes 483e3n
"O Google enfrenta uma pressão imensa", afirma David Clinch. "Outros atores já demonstraram que a IA generativa, que responde em uma linguagem simples e cotidiana às solicitações feitas a ela, 'poderia funcionar sem links nem publicidade', como é o caso do ChatGPT".
Clinch considera que está se ampliando a brecha entre os grandes atores da web e os pequenos, ou seja, publicações, empresas, criadores, "que já não dispunham de meios suficientes para melhorar suas referências" no mecanismo de busca.
O crescente controle dos gigantes tecnológicos sobre a publicidade já sufocou muitos veículos da nova geração, desde o BuzzFeed até a Vice, ando pelo The Daily Beast, Quartz e Huffington Post, cuja venda de espaço para anunciantes é sua principal fonte de receita.
Mas as publicações locais ou regionais também foram afetadas, muitas das vezes não conseguindo converter um número suficiente de leitores em s para reduzir sua dependência e equilibrar as contas.
Apenas alguns veículos de importância nacional ou internacional, como o New York Times e o Wall Street Journal, conseguiram sair ilesos.
Para Paul Roetzer, os criadores de conteúdo, mídia ou outros, devem "diversificar" os canais de distribuição e os meios de geração de tráfego, especialmente através das redes sociais, YouTube, TikTok, mas também podcasts, "se ainda não o fizeram".
De qualquer forma, o uso da IA generativa como interface de pesquisa ainda não se consolidou.
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IA Generativa: 'alucinações' dos chatbots 81k4h
Desde o lançamento do ChatGPT, em novembro de 2022, há uma crescente discussão sobre os erros ou "alucinações" dos "chatbots" em suas respostas.
Tanto os Overviews quanto o mecanismo de busca Bing da Microsoft (impulsionado por IA ou ChatGPT) ainda precisam provar que são confiáveis.
"As fontes vão ganhar mais importância do que nunca", adverte o professor de jornalismo na Universidade Pública de Nova York (CUNY), Jeff Jarvis. "A questão é se os meios de comunicação podem disponibilizar suas informações para esses sistemas para ganhar exposição".
"Isso mudaria o modelo econômico, mas acho que é uma oportunidade" para a imprensa, afirmou.
Até agora, a maioria dos meios de comunicação empreenderam ações legais contra os grandes modelos de IA generativa, aos quais acusam de terem saqueado seus conteúdos.
"Isso é cada um por si", lamenta Jeff Jarvis, "quando poderíamos nos unir para pensar em como este novo ecossistema pode funcionar".
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