Netanyahu desafia Justiça de Israel e nomeia novo chefe da inteligência
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (22) que escolheu o general David Zini como próximo chefe da agência de segurança interna, Shin Bet, desafiando uma proibição da procuradora-geral do país, Gali Baharav-Miara.
"O primeiro-ministro Netanyahu anunciou nesta noite sua decisão de nomear o general David Zini como próximo chefe do Shin Bet", informou seu gabinete. Gali reagiu criticando o processo de nomeação.
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Netanyahu demitiu em março o chefe do Shin Bet, alegando "falta de confiança" nele, mas a Suprema Corte do país suspendeu a decisão, para poder examinar os recursos apresentados contra a demissão.
Gali proibiu ontem Netanyahu de nomear um novo chefe para o Shin Bet, depois que a Suprema Corte determinou que a decisão de demitir Ronen Bar era ilegal. "A corte decidiu que o primeiro-ministro atuou em uma situação de conflito de interesses", declarou a procuradora-geral. Netanyahu, no entanto, afirmou que seu governo seguiria adiante com a nomeação.
"O general Zini ocupou vários postos operacionais e de comando nas Forças de Defesa de Israel", destacou o gabinete do premier, que mencionou o ado de Zini como combatente da unidade de elite Sayeret Matkal e fundador da brigada de comandos, uma unidade independente.
O líder opositor Yair Lapid pediu a Zini que "anuncie que não pode aceitar a nomeação até que a Suprema Corte se pronuncie sobre o assunto", e a ONG Movimento por Um Governo de Qualidade em Israel informou que vai entrar com outra petição perante o tribunal.
A demissão de Bar dividiu o país. A oposição afirma que ele estava na mira de Netanyahu por criticar o governo pela falha de segurança que permitiu o ataque do Hamas em Israel no dia 7 de outubro de 2023.
Bar repudiou a decisão de Netanyahu de destituí-lo, afirmando que o primeiro-ministro havia se baseado em acusações "sem fundamento" motivadas por "interesses pessoais".
O oficial do alto cargo de segurança disse que sua destituição tinha o objetivo de "impedir que o Shin Bet investigasse os eventos que levaram ao dia 7 de outubro e outros assuntos graves".