Projeto quer mudar nome de rodovia de ditador cearense para Eunice Paiva em SP

Projeto quer mudar nome de rodovia de ditador cearense para Eunice Paiva em SP 4l2b37

O deputado estadual Guilherme Cortez (Psol-SP) apresentou o texto que visa denominar o nome da rodovia SP-280 para Eunice, interpretada por Fernanda Torres no vencedor do Oscar, "Ainda Estou Aqui"

A rodovia SP-280, que liga a Grande São Paulo à região central do estado, pode mudar sua nomeclatura. Foi apresentado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) um projeto de lei que visa mudar de Castello Branco para Eunice Paiva.

Humberto de Alencar Castello Branco, natural de Fortaleza, foi o primeiro presidente da Ditadura Militar brasileira. Já Eunice foi esposa do ex-deputado Rubens Paiva, morto pelo regime e que teve sua vida contada no longa "Ainda Estou Aqui", primeiro filme brasileiro vencedor do Oscar, por Fernanda Torres.

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O projeto foi protocolado pelo deputado estadual Guilherme Cortez (Psol), líder da Federação Psol-Rede no legislativo paulista. No domingo, 3, da premiação do cinema, ele compartilhou uma imagem de Eunice com a legenda "memória é justiça".

Quem foi Eunice Paiva? 6c1n5n

Nascida em 7 de novembro de 1929, Maria Lucrécia Eunice Facciolla cresceu no bairro do Brás, em São Paulo, em uma família de origem italiana.

Em sua juventude, alcançou o primeiro lugar no vestibular para Letras da Universidade Mackenzie e brigou com o pai pelo direito de estudar. Conforme o portal Memórias da Ditadura, cultivou amizades com escritores conhecidos, como Lygia Fagundes Telles e Haroldo de Campos.

O sobrenome Paiva foi adicionado em razão de seu casamento com Rubens, com quem teve cinco filhos, inclusive Marcelo Rubens Paiva, autor do livro "Ainda Estou Aqui".

Desaparecimento de Rubens Paiva e a prisão de Eunice 3o71z

Na madrugada de 20 de janeiro de 1971, Cecília de Barros Correia Viveiros de Castro e Marilene de Lima Corona foram detidas por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica, no aeroporto do Galeão (RJ), e cartas de militantes políticos exilados foram encontradas; Rubens Paiva era o remetente de uma delas.

Com metralhadoras, seis agentes armados invadiram a casa da família e levaram Rubens em seu próprio carro até o Quartel da 3ª Zona Aérea. Após o sequestro, as torturas começaram. As informações são do Memorial da Resistência de São Paulo.

No dia seguinte, Eunice e a filha do casal, Eliana (na época com 15 anos), também foram levadas. A jovem ficou presa por 24 horas. Já Eunice permaneceu 12 dias sob a guarda do Exército, submetida a interrogatórios constantes. Quando foi liberada, ainda sem notícias sobre o paradeiro do marido, a matriarca ou a cobrar o governo militar por respostas.

Ela foi uma das principais forças pela promulgação da Lei 9.140/95, que reconhece como mortas as pessoas desaparecidas em razão de participação, ou acusação de participação, em atividades políticas durante o regime militar. Em 1996, o atestado de óbito de Rubens Paiva foi emitido oficialmente.

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