Vereadores cassados em Juazeiro do Norte acreditam que decisão será revertida

Vereadores cassados em Juazeiro do Norte acreditam que decisão será revertida

Vereadores foram cassados, em primeira instância, após denúncia de fraude à cota de gênero nas eleições de 2024

Dois dos três vereadores de Juazeiro do Norte que foram cassados, em primeira instância, após denúncia de fraude à cota de gênero em partidos políticos nas eleições de 2024 repercutiram a decisão da Justiça Eleitoral e declararam acreditar na reversão do entendimento que os cassou. As falas ocorreram em entrevista durante visita institucional de comitiva de Juazeiro do Norte ao O POVO, no último dia 15.

Os parlamentares Boaz das Rotatórias (PL) e Lukão (PSDB) estiveram na comitiva que viajou a Fortaleza e disseram respeitar a decisão judicial, mas reforçaram que não concordam com a medida. A decisão que cassou ambos, além do vereador Badú (Mobiliza), foi proferida pelo juiz Gustavo Henrique Cardoso Cavalcante, da 28ª Zona Eleitoral, em Juazeiro do Norte.

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A ação foi movida pelo diretório municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB), que alegou uso de candidaturas femininas fictícias por parte dos partidos PSDB, Mobiliza e PL. De acordo com a sentença, as legendas teriam lançado candidaturas apenas para cumprir uma exigência legal de participação mínima de 30% de um gênero nas chapas proporcionais; a chamada cota de gênero.

Boaz declarou estar tranquilo quanto ao futuro de seu mandato e crente de que a decisão será revisada. “Acreditamos no processo da Justiça, não só dessa decisão em si, mas no processo. Respeitamos, mas não concordamos. Até porque temos o parecer do Ministério Público (MP) em nosso favor. Vamos recorrer. Confiamos que, no fim do processo, possamos sair vitoriosos e honrando os votos que tivemos. No final, deve prevalecer a vontade do povo e a vontade da população nos colocou na cadeira de vereador”, disse.

Já Lukão transpareceu surpresa com a decisão e apontou o que considera um problema na legislação em si. “Foi uma surpresa porque o MP já tinha sido favorável aos candidatos. Nós respeitamos a decisão da Justiça, sempre, mas não concordamos, pelo o simples fato de que o problema está na lei em si”, argumentou o parlamentar.

E continuou: “A lei pune o candidato, pune a vontade do povo, porque se o poder emana do povo jamais deveríamos ir contrários ao povo. Um candidato é punido. Se esse fosse mesmo o caso, de um partido ter cometido um erro em relação à cota de gênero, isso pune o candidato que não tem nada a ver com isso, nem controle algum sobre isso”, pontuou.

Ainda cabem recursos da decisão aos parlamentares, que devem acionar a Justiça. Por ora, eles continuam nos mandatos. Entre os fatores que levaram à decisão judicial desfavorável aos vereadores em questão estão a identificação de indícios de fraude à cota, como ausência de campanha, número reduzido de votos e falta de preparo das datas.

Um dos casos destacados é o de Jovelina Carvalho, do Mobiliza, que obteve sete votos no pleito. A decisão considerou que ela não realizou campanha efetiva e que apresentou dificuldades de comunicação ao ser ouvida. Apesar do parecer favorável do Ministério Público Eleitoral pela manutenção dos mandatos, o juiz optou por acatar os argumentos da acusação.

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