O que prevê o novo acordo da OMS para lidar com pandemias?

O que prevê o novo acordo da OMS para lidar com pandemias?

Autor DW Tipo Notícia

Sem os EUA, membros da organização adotam formalmente um pacote de medidas para evitar repetir erros que registrados durante a reação à covid-19.Após três anos de intensas negociações, os membros da Organização Mundial da Saúde (OMS) adotaram formalmente, nesta terça-feira (20/05), os termos firmados em um acordo que prevê mecanismos de resposta a futuras pandemias. O objetivo é promover melhorias nos sistemas de coordenação internacional, de vigilância de doenças e de o a vacinas, para evitar os erros que marcaram a reação inicial ao avanço da covid-19. O pacote de medidas havia sido aprovado em sessão na Assembleia Mundial da Saúde (AMS) ontem, após o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, exigir uma votação formal do texto. Fico é conhecido pela postura cética em relação a vacinas e criticou as restrições à mobilidade para conter o avanço do coronavírus. Apesar da sinalização, nenhum país votou contra a resolução, que recebeu o aval de 124 integrantes. Outros 11 se abstiveram, entre eles a própria Eslováquia, além de Polônia, Itália e Rússia. Os Estados Unidos abandonaram negociações, após o presidente americano, Donald Trump, mais uma vez retirar a maior economia do planeta da OMS no primeiro dia de governo. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o acordo representa uma "vitória” para a saúde pública, a ciência e a cooperação internacional, em um momento em que grupos políticos extremistas questionam a ordem global baseada no multilateralismo. "É também um reconhecimento da comunidade internacional de que nossos cidadãos, sociedades e economias não devem ficar vulneráveis ​​a sofrer novamente perdas como as sofridas durante a covid-19", afirmou. Os países, agora, têm até maio de 2026 para articular os detalhes do chamado Sistema de o a Patógenos e Repartição de Benefícios (PABS, na sigla em inglês). O mecanismo busca facilitar o compartilhamento global de informações sobre amostras de patógenos e dados de sequenciamento. Após a etapa de finalização do programa, a resolução entrará em vigor quando obtiver a ratificação de pelo menos 60 membros. O que diz o texto? Segundo o documento firmado pelos países, o acordo visa "prevenir, se preparar e responder a pandemias". Os signatários se comprometem a fortalecer individualmente as estruturas de combate a doenças infecciosas, com base em circunstâncias nacionais e regionais. Não há, porém, previsão de multas ou penalidades para quem descumprir os termos do tratado. Um dos artigos esclarece que o secretariado da OMS não tem autoridade para forçar ou impor a implementação de "ações específicas" como decretar lockdowns, tornar a vacinação obrigatória e adotar proibições de viagens. O tratado garante ainda que os governos que compartilham amostras de vírus receberão testes, medicamentos e vacinas. Até 20% desses produtos seriam entregues à OMS para garantir que os governos mais pobres tenham algum o. Os fabricantes reservariam pelo menos 10% da produção em tempo real desses itens para doação à entidade, com o restante concedido a "preços íveis". "A distribuição destas vacinas, terapêuticos e testes de diagnósticos deverá ser feita com base no risco e na necessidade para a saúde pública, com especial atenção às necessidades dos países em desenvolvimento", ressalta o texto. Cadeia de suprimentos A resolução também estabelece uma Rede Global de Cadeia de Suprimentos e Logística (GSCL, na sigla em inglês). O dispositivo almeja eliminar barreiras à obtenção de produtos sanitários importantes para a luta contra pandemias. O sistema fornece à OMS maior controle sobre o fluxo global de suprimentos médicos durante crises sanitárias. O documento instrui cada país a publicar os detalhes de eventuais contratos para compra de itens relativos à pandemia e excluir provisões de confidencialidade. Ao mesmo tempo, pede que os governos "considerem" reservar uma parte dessas encomendas para ajudar nações com maiores dificuldades financeiras. "Durante uma emergência pandêmica, cada parte [país] deverá evitar manter reservas nacionais de produtos de saúde relacionados à pandemia que excedam desnecessariamente as quantidades que se prevê serem necessárias para a preparação e resposta a uma pandemia a nível nacional", declara. O trecho reflete a insatisfação dos países mais pobres pelas disparidades na distribuição da vacina contra a covid-19, principalmente na primeira fase da imunização. Informação e conscientização O acordo trata também da comunicação sobre questões de saúde com o público em geral. Conforme a resolução, as autoridades nacionais devem tomar ações para reforçar o conhecimento da população sobre ciência, saúde pública e pandemias. Informações baseadas em evidências devem ser transparentes e precisas. am (Reuters, AFP e AP)

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