Debate resgata obra da autora cearense Margarida Sabóia de Carvalho 2nvz
Memória e obra da escritora cearense Margarida Sabóia de Carvalho são resgatadas na XV Bienal Internacional do Livro do Ceará; conheça a autora
Além de lançamentos literários, encontros com autores e ações multilinguagens, a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará reúne homenagens e resgates de personalidades relevantes para a literatura no Estado. Uma delas é a escritora cearense Margarida Sabóia de Carvalho, importante intelectual cearense do século XX.
No sábado, 5, ocorre às 16 horas a roda de conversa “Escrita Feminina e o Exercício da Crônica na Literatura Cearense — A redescoberta de Margarida Sabóia de Carvalho”. O evento tem as presenças das professoras e escritoras Juliana Diniz, da Universidade Federal do Ceará (UFC), e Paula Brandão, da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
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A roda de conversa visa apresentar “a riqueza literária de Margarida Sabóia”, segundo Juliana Diniz. O espaço também propõe reflexão sobre o valor da crônica escrita por mulheres na literatura brasileira.
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A ação se junta ao movimento de resgate da memória da autora, que também ocorre a partir da publicação “Sugestão de Vida”, da Editora UFC. Nela, são reunidos contos e crônicas da escritora cearense.
Margarida Sabóia de Carvalho: “Exímia contista e cronista” 3o3q4c
Organizada por Juliana Diniz, colunista do O POVO e vice-diretora da Editora UFC, a antologia faz parte de uma iniciativa da editora de fazer curadoria de escritoras cearenses “que desapareceram das prateleiras nas últimas décadas por falta de novas edições de seus livros”.
Margarida Sabóia de Carvalho também está na “Antologia do Conto Cearense”, organizada por Braga Montenegro e lançada em nova edição na Bienal. Importante intelectual cearense do século XX, ela foi filha de um dos membros da Padaria Espiritual, movimento literário e artístico que surgiu em Fortaleza em 1892.
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Além disso, trabalhou ativamente como jornalista e contribuiu para a criação do jornal Diário do Povo ao lado de seu marido, o escritor Jáder de Carvalho.
“Foi uma exímia contista e cronista. Seus únicos dois livros se tornaram uma raridade, explicando, em parte, o desconhecimento do grande público em relação a seu nome. A antologia ‘Sugestão de Vida’ devolve aos leitores uma síntese dos textos publicados nos dois volumes”, contextualiza Juliana Diniz.
Margarida Sabóia de Carvalho: Antologia com 59 textos da autora 731p5z
Os textos da antologia “Sugestão de Vida” foram extraídos das obras “A Vida em Contos” (1964) e “Crônicas”, publicada postumamente em 1976. Ao todo, 48 crônicas e 11 contos integram a obra.
Segundo Juliana Diniz, foram priorizados os textos que apresentam ao leitor o melhor da prosa de Margarida. Em destaque, discussões sobre temas como as relações humanas sob perspectiva marcadamente feminina.
“Seus temas prioritários são a compreensão do sentido da vida, da morte e das relações humanas, quase sempre sob uma perspectiva marcadamente feminina, o que torna seu texto muito atual para pensarmos sobre as relações de gênero ao longo do século XX”, explica.
Margarida Sabóia de Carvalho: Roda de conversa reflete riqueza literária 2p693t
Na roda de conversa sobre Margarida Sabóia de Carvalho, Juliana Diniz e Paula Brandão refletem sobre a “riqueza literária da Margarida Sabóia”, ao mesmo tempo em que há reflexão sobre o valor da crônica escrita por mulheres na literatura brasileira.
“Como gênero genuinamente nacional, a crônica representa um expressão muito querida do público leitor, um retrato literário da observação do cotidiano. Tivemos grandes cronistas mulheres, como Hilda Hilst, Adélia Prado e Margarida Sabóia de Carvalho. A roda de conversa vai oferecer uma chance de pensarmos sobre isso”, antecipa Juliana Diniz.
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Para a professora, é fundamental resgatar a memória literária do Ceará por diversas razões, como a ênfase na preciosidade dos textos e na sua qualidade, que “podem emocionar e encantar os leitores do presente”. O movimento, entretanto, não finda nesses aspectos.
“O resgate nos permite pensar por que certas vozes são deixadas para o esquecimento, não publicadas ou reeditadas. O que isso pode dizer sobre as relações de poder que permeiam o meio literário e o mercado editorial? Reencontrar essas vozes e esses textos é uma forma de lembrar leitoras e leitores que há um imenso acervo para explorar e que esse acervo constitui um patrimônio cultural nosso”, pontua.
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- Quando: sábado, 5, às 16 horas
- Onde: Sala 1 do 2º Mezanino Oeste, no Centro de Eventos (av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz)
- Gratuito
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- Quando: sexta-feira, 4 de abril, a domingo, 13 de abril
- Onde: Centro de Eventos do Ceará (av. Washington Soares, 999 - Edson Queiroz)
- Gratuito
- Programação completa: bienaldolivro.cultura.ce.gov.br/programacao