Após críticas, Thainá Duarte não irá mais interpretar Geni em filme
No seu depoimento em vídeo nas redes sociais, Thainá Duarte informou que recebeu ataques como "transfóbica oportunista"
A atriz Thainá Duarte anunciou que não fará mais parte da adaptação cinematográfica sobre a canção “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque.
A decisão foi publicada neste sábado, 19, por meio das redes sociais, após a produção ser acusada de "transfake". Isso porque, em montagens inspiradas na obra que já rodaram o Brasil, como "Ópera do Malandro", Geni era caracterizada como uma mulher trans.
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No seu depoimento em vídeo, a atriz informou que recebeu ataques como "transfóbica oportunista". "Está doendo aqui, está doendo bastante. Sinto muito que essa escolha tenha machucado tanto a comunidade trans, porque agora eu entendo melhor o tamanho dessa reivindicação”, falou.
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Assim, encerrou a fala reafirmando compromisso com a escuta e a luta por equidade. “Eu reafirmo meu compromisso com o aprendizado, com a escuta e com a luta por equidade de todas as formas. Que essa experiência sirva de ponto de inflexão para o audiovisual.”
Diretora de 'Geni' faz pronunciamento
A diretora da adaptação, Anna Muylaert, também se manifestou publicamente. Em vídeo, itiu o “erro” de ter concebido Geni como uma personagem cisgênero e pediu desculpas.
“Fazer esse filme com a Geni como mulher cis foi um equívoco. Peço desculpas a todas as pessoas da comunidade trans que se sentiram apagadas ou atacadas na sua identidade por causa dessa ideia. Vamos mudar o rumo das coisas.”
Muylaert ainda se desculpou diretamente a Thainá Duarte pelos ataques que a atriz sofreu. “Ela foi exposta a haters na internet. Entendo que qualquer atriz cis teria ado por isso nesse papel, mas foi ela quem recebeu os ataques.”
A diretora esclareceu que o longa será baseado unicamente na música “Geni e o Zepelim”, de Chico Buarque, e não na peça “Ópera do Malandro” ou no conto “Bola de Sebo”, de Guy de Mauant.
Segundo a produtora responsável pelo filme, Migdal Filmes, a decisão foi coletiva e houve uma conversa com a Associação de Profissionais Trans do Audiovisual (APTA), para entender os caminhos.
"Agora precisamos nos dedicar ao filme, que começa a ser rodado em duas semanas, no Acre. Em breve divulgaremos quem será a protagonista. Que Geni ganhe o mundo e sensibilize corações e mentes", escreveu em nota.