Léo Lins é condenado a 8 anos de prisão por falas preconceituosas
Além de 8 anos de prisão, o humorista Léo Lins foi condenado a pagar multa de R$ 303,6 mil por comentários de ódio feitos em show de stand-up em 2022
A 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo condenou, nesta terça-feira, 3, o humorista Léo Lins a oito anos e três meses de prisão por proferir discursos preconceituosos contra diversas minorias.
Inicialmente, o humorista foi condenado a cumprir a pena de reclusão em regime fechado. Além da prisão, Léo Lins foi condenado a pagar o montante equivalente a 20 salários mínimos, o que representa R$ 303,6 mil por danos morais coletivos.
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As falas foram veiculadas em um vídeo de uma de suas apresentações, intitulado “Leo Lins: Perturbador”, que foi publicado no YouTube no ano de 2022.
No stand-up em questão, o humorista de 42 anos ironiza temas como abuso sexual, zoofilia, racismo, pedofilia e gordofobia.
As piadas também citam pessoas famosas e incluem comentários jocosos a respeito de crimes e tragédias, como o incêndio na Boate Kiss.
Comentários preconceituosos de Léo Lins foram reproduzidos mais de três milhões de vezes nas redes
Segundo a Justiça, um ano após a postagem no YouTube, em 2023, quando foi determinada a suspensão do vídeo, o conteúdo já havia sido reproduzido mais de três milhões de vezes nas redes.
A sentença apontou como "agravante" o fato de as declarações terem sido feitas em um contexto de descontração, diversão ou recreação.
A disponibilização do vídeo pela internet e a grande quantidade de grupos sociais atingidos pelas supostas piadas foram fatores que a Justiça Federal considerou para aumentar a pena aplicada ao comediante.
Ainda segundo a decisão, atividades artísticas de humor não constituem "e-livre" para o cometimento de crimes, assim como a liberdade de expressão não é pretexto para o proferimento de comentários odiosos.
Em nota, a defesa de Léo Lins diz que a condenação é um "triste capítulo para a liberdade de expressão no Brasil".
"Ver um humorista condenado a sanções equivalentes às aplicadas a crimes como tráfico de drogas, corrupção ou homicídio, por supostas piadas contadas em palco, causa-nos profunda preocupação", diz o comunicado oficial.