Trabalhadores da Construção Civil realizam manifestação em vias de Fortaleza
Trabalhadores reivindicam vale-combustível, reajuste no auxílio-alimentação e aumento salarial
A greve dos trabalhadores da construção civil de Fortaleza entrou em sua segunda semana nesta segunda-feira, 19, com novas mobilizações e uma eata que partiu da Praça Portugal em direção à região da Beira Mar.
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Durante o percurso, houve momentos de tensão, além de confronto com a polícia quando os manifestantes tentaram bloquear uma avenida. A intervenção incluiu o uso de balas de borracha e spray de pimenta.
Apesar do incidente, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza afirmou que a manifestação foi pacífica e que o tumulto foi causado por um mal-entendido, rapidamente resolvido.
“A nossa postura tem como base o diálogo e a luta por nossos direitos enquanto trabalhadores”, declarou Roberto Santos, representante do sindicato.
A paralisação foi aprovada no dia 8 de maio e, segundo Roberto, a categoria reivindica principalmente a substituição do vale-transporte pelo vale-combustível no mesmo valor, o reajuste do auxílio-alimentação para R$ 245, além de um aumento salarial.
“Estamos nos concentrando todos os dias da greve na Praça Portugal. Hoje, fizemos uma eata para realizar uma assembleia próximo ao Palácio do Governo, para demonstrar que queremos o apoio do governo para ajudar a mediar e resolver esse ime”, afirmou.
Versão do setor patronal
Do outro lado da mesa, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Ceará (Sinduscon Ceará) afirma que o ime gira em torno da troca do vale-transporte pelo vale-combustível, considerada inviável pelas empresas.
“O vale-transporte é regulado por lei e tem tratamento fiscal diferenciado. Já o vale-combustível não possui regulamentação, podendo gerar repercussões tributárias e fiscais”.
Segundo o Sinduscon, desde março foram realizadas sete rodadas de negociação. Os empregadores alegam ter oferecido reajustes com ganho real acima da inflação, como 7,42% para o piso dos serventes, mas os trabalhadores teriam se retirado da mesa de forma unilateral e não estariam dispostos a retomar o diálogo.
Greve sem previsão de encerramento
A greve atinge entre três mil e quatro mil trabalhadores, de acordo com estimativas do Sinduscon. O movimento interrompeu parcialmente obras públicas e privadas. A última paralisação da categoria havia ocorrido em 2017, e desde então os acordos vinham sendo firmados por meio de negociação.