Divaldo Franco influenciou a doutrina espírita no Ceará e no Brasil

Divaldo Franco influenciou a doutrina espírita no Ceará e no Brasil

Conhecido como um dos principais líderes espíritas brasileiros, Divaldo Franco morreu nessa terça-feira, 13, aos 98 anos

“A morte se transforma em abençoado veículo para a imortalidade”, psicografou Divaldo Pereira Franco na obra "À Luz do Espiritismo", publicada pela primeira vez em 1992. O orador e médium desencarnou na noite dessa segunda-feira, 13, aos 98 anos, após ser diagnosticado com um tumor em fase inicial, em novembro de 2024.

Divaldo Franco deixa um legado de mais de 260 títulos publicados, psicografados a partir das histórias de diversos autores espirituais, que foram traduzidos em mais de 17 idiomas. Durante sua vida, realizou mais de 20 mil conferências e seminários em 71 países, divulgando a doutrina espírita.

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A primeira visita do líder espírita a Fortaleza aconteceu em outubro de 1951, conta Luciano Klein, presidente do Centro de Memória Vianna de Carvalho. Durante a agem, Divaldo acompanhou o professor espiritualista Pietro Ubaldi, sem realizar de fato uma divulgação doutrinária própria. Cinco anos depois, em 1956, no antigo Palácio da Associação Comercial do Ceará, concedeu sua primeira palestra na capital cearense

“Portanto, em atividade ininterrupta de 74 anos desde a primeira visita ao nosso Torrão [terra natal], ele vem divulgando o Espiritismo e contribuindo sobremodo para que o Espiritismo se firmasse no Ceará; que é a terra berço de dois grandes ícones do espiritismo nacional, que é Bezerra de Menezes e Vianna de Carvalho. Aliás, Viana de Carvalho é o espírito que mais inspira Divaldo nas suas fenomenais preleções”, relembra.

Entre as obras psicografadas por Divaldo, do autor espiritual cearense Manuel Vianna de Carvalho, natural de Icó, estão os títulos: “À Luz do Espiritismo (1992)”; “Atualidade do Pensamento Espírita (2005)”; “Enfoques Espíritas (2009)”; “Espiritismo e Vida (1979)”; “Médiuns e Mediunidade (2015)”; “Reflexões Espíritas (1984)”.

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Em 1990, o médium psicografou “Compromissos Iluminativos”. A autoria espiritual da obra é atribuída a Adolfo “Bezerra de Menezes”, médico militar nascido em Riacho do Sangue, atual Jaguaretama, no Ceará.

Divaldo Franco foi homenageado como Cidadão Cearense e Fortalezense

A conexão de Divaldo Franco com o Estado se refletiu nas incontáveis visitas à região, sendo a última datada de 2023, segundo Luciano Klein. O presidente do Centro de Memória lembra que, à época da última viagem à Capital, o líder espírita já estava bastante debilitado por conta da idade avançada, mas fez questão de realizar o seminário para divulgar a doutrina.

Além da Capital, o líder espírita nascido na Bahia costumava fazer viagens ao interior cearense. “A última grande viagem dele assim para o interior foi para Canindé, terra de São Francisco, por quem ele tinha uma iração profunda”, destaca.

A ligação com o Ceará rendeu ao médium o Título de Cidadania Cearense, concedido em pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) em 2009, pela Lei nº 14.494. Em 1979, Divaldo também foi homenageado pela Câmara Municipal de Fortaleza com o título honorífico de Cidadão de Fortaleza.

“Ele tinha um amor muito grande pelo Ceará. Tanto é que brincava comigo sempre dizendo, e eu já disse isso em outras palestras, que ele só nasceu em Feira de Santana, na Bahia, por um erro da cegonha, que pousou lá antes, cansada; mas ele vinha era para o Ceará. Então ele tinha esse amor pelo Ceará, né? Isso ele nos disse em tom de brincadeira, sempre bem humorado”, compartilha.

Entre polêmicas e propósitos, Divaldo Franco se consagrou como um dos líderes religiosos mais famosos do País. Para Luciano Klein, o médium será lembrado como o grande responsável por devolver o Espiritismo ao mundo, tendo dedicado sua vida a essa missão.

O que diz a doutrina espírita sobre a morte?

Doutrina que une filosofia, religião e ciência, o Espiritismo surge na França, influenciado pelos fenômenos das mesas girantes que ocorreram nos Estados Unidos em 1848. O lançamento da obra “O Livro dos Espíritos” (1857), de Allan Kardec, marca o início à nova filosofia.

Como explica Luciano Klein, “é a partir dessa obra que se estabelece a diretriz principal do Espiritismo, que é a de nos oportunizar sempre uma reflexão a respeito da necessidade imperiosa da transformação da criatura humana, para que assim nós façamos deste mundo um mundo melhor”.

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A doutrina se propõe a estudar as relações entre o mundo espiritual e o mundo material e encara a morte como um fenômeno natural. Luciano pontua que, mesmo sob a crença da imortalidade da alma atribuída à doutrina cristã no mundo ocidental, por mais paradoxal que pareça, a morte ainda é o grande medo que se abate sobre a humanidade.

“O espiritismo tem como um dos seus princípios fundamentais exatamente a imortalidade da alma, que é confirmada para nós através da mediunidade, da comunicabilidade dos espíritos, dando-nos assim a certeza de que aqueles seres que amamos, com os quais convivemos, eles apenas mudaram de endereço, estão numa outra dimensão existencial”, explica.

Para Divaldo Franco, segundo Luciano, a morte não existe como finitude, mas como portal de o à dimensão espiritual. Segundo ele, o desenlace do médium já vinha sendo anunciado pelo próprio líder espírita nas redes sociais, às vezes até em tom de brincadeira. “Para uma alma como de Valdo, sobretudo por ser médium, era muito tranquilo”, ressalta.

E finaliza: “Embora doloroso para nós, a tristeza em razão da ausência física dele entre nós, mas ele conta a gente, já vinha dizendo que estava preparado, que estava tendo contato com os seus amigos do mundo espiritual. Até já tinha um registro de uma informação que a mãezinha dele veio visitá-lo e sinalizou para o local onde ele iria após o desenlace (...) Morrer não é o fim”.

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