Brasileiro preso na Bolívia é possível sucessor de Marcola na liderança do PCC
Marcos Alberto de Almeida, o "Tuta", estava utilizando documento falso e constando na Difusão Vermelha da Interpol. Entre 2018 e 2019, ele chegou a ser adido comercial no consulado de Moçambique em Belo Horizonte
Apontado como um dos nomes da Sintonia Final da Rua, um dos principais postos na hierarquia da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), o brasileiro Marcos Alberto de Almeida, o “Tuta”, foi preso na tarde desta sexta-feira, 16, em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia.
Ele vinha sendo apontado como o possível sucessor de Marco William Camacho, o “Marcola”, o número 1 da facção, que está preso de forma contínua desde 1999 no Brasil.
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A prisão de Tuta foi por uso de documento falso e falsidade ideológica numa ação conjunta da Polícia Federal brasileira (PF) e agentes bolivianos da Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC).
Ele tentava renovar a Cédula de Identidade de Estrangeiro (CEI), usada por não bolivianos residentes no país. Apresentou o nome Maycon Gonçalves da Silva, de 54 anos.
Tuta chegou a ser alvo em 2020 da operação Sharks, da PF, que investigou a cadeia logística usada pela facção para o tráfico de drogas nacional e internacional. Ele foi recentemente condenado por associação criminosa e lavagem de capitais, com pena superior a 12 anos de reclusão, mas estava foragido.
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Segundo a Polícia Federal, seu nome consta na Lista de Difusão Vermelha da Interpol, o que motivou a intensificação dos esforços para a localização e a captura. Tuta seguiria como um dos principais articuladores do esquema internacional de lavagem de dinheiro e das remessas de cocaína para a Europa.
A PF confirma que Tuta está sob custódia das autoridades bolivianas, aguardando os procedimentos legais que poderão resultar em expulsão ou extradição ao Brasil.
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Líder do PCC preso na Bolívia foi adido de consulado africano em Belo Horizonte
Um fato destacado na trajetória de Marcos Alberto de Almeida é que ele já atuou como adido comercial do consulado de Moçambique em Belo Horizonte (MG). O adido é um agente diplomático, mas não é diplomata de carreira. Tuta ocupou a função no período de julho de 2018 até julho de 2019, mesmo sendo procurado pela polícia paulista.

O cargo no consulado moçambicano teria sido ponte larga para sua atuação no continente africano, segundo as investigações conduzidas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). Mas Tuta também manteria conexões no Paraguai e na Bolívia (grandes produtores de maconha e cocaína, respectivamente) e em outros países da África, onde o PCC também despeja grandes carregamentos de entorpecentes. (Com agências)
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